domingo, 5 de agosto de 2007

A estrada


Há anos que tenho discussões verdadeiramente épicas com o meu amigo Domingos Amaral. Não concordamos em nada. Do Benfica ao cinema, da política à música, da literatura a um alegado desnível permanente que ele jura existir entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Se ele diz branco eu digo preto, se eu aplaudo, ele apupa, e aí por diante. É dessa inesgotável capacidade de discordância, e da imensa tolerância que a acompanha que é, aliás, feita a nossa amizade.

Pois bem não há regra sem excepção. O Domingos recomendou-me o último romance de Cormac Mc Carthy e eu, para poder contrariá-lo, lá ataquei o livro. Mas, surpresa das surpresas, rendi-me quase imediatamente à grandeza da obra. Mc Carthy não engana. Merece um lugar ao lado de Faulkner ou de Roth e este «A estrada» é um dos grandes romances do ano.

0 comentários: